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Novo lançamento inclui suporte a algoritmos pós-quânticos, melhorias no TLS e compatibilidade com QUIC
09/04/2025
O projeto OpenSSL anunciou oficialmente a versão 3.5.0 da sua biblioteca criptográfica, introduzindo, pela primeira vez, suporte nativo a algoritmos de criptografia pós-quântica (PQC). Esta atualização representa um marco significativo para a comunidade de cibersegurança, ao responder à necessidade crescente de proteger as comunicações contra potenciais ataques viabilizados por computadores quânticos. A nova versão inclui três algoritmos preparados para resistir a ataques quânticos: ML-KEM, voltado para a troca de chaves; ML-DSA, para assinaturas digitais baseadas em estruturas de rede; e SLH-DSA, um algoritmo baseado em hash, assente na estrutura SPHINCS+. Estas tecnologias alinham-se com os padrões emergentes definidos por entidades como o NIST e antecipam um cenário onde os métodos criptográficos clássicos podem tornar-se inseguros. Além dos algoritmos PQC, o OpenSSL 3.5.0 atualiza a lista de grupos suportados pelo protocolo TLS, passando a incluir pares híbridos como X25519MLKEM768, que conjugam segurança clássica e quântica. A versão acrescenta também suporte do lado do servidor ao protocolo QUIC, padronizado no RFC 9000, com compatibilidade com stacks de terceiros e suporte a conexões 0-RTT, melhorando a eficiência na troca de dados. Entre as novidades, destacam-se opções como a desativação de grupos TLS obsoletos e a ativação da fonte de entropia JITTER no modo FIPS, além do suporte a objetos opacos de chave simétrica (EVP_SKEY) e geração centralizada de chaves no CMP. A cifra de criptografia padrão para certos módulos passou a ser AES-256-CBC. Algumas funções da biblioteca BIO foram descontinuadas, e identificou-se um erro ao usar objetos retornados por SSL_accept_connection e SSL_do_handshake, sendo recomendada, para já, a função SSL_accept. Com esta atualização, o OpenSSL dá um passo estratégico rumo a uma infraestrutura criptográfica mais robusta, compatível com os desafios da computação quântica. Ao mesmo tempo, garante que os sistemas existentes continuem funcionais durante a transição para a nova era da cibersegurança. |