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A empresa brasileira JBS foi alvo de um ataque cibernético de ransomware por uma alegada organização criminosa russa
05/06/2021
O ataque originou diversos atrasos na produção e distribuição da gigante da indústria alimentar, em particular nos EUA e na Austrália. A Casa Branca anunciou esta semana que o ataque, que está a ser investigado pelo FBI, teve origem na Rússia. "Já entrámos em contacto com o governo russo acerca desta questão e declarámos que estados responsáveis não protegem os criminosos”, assegura a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. O ciberataque levou ao colapso da produção de carne, encerrando instalações em vários pontos dos EUA e da Austrália. Já o Brasil, sede da JBS, não foi afetado. A empresa afirma que suspendeu todos os sistemas assim que tomou conhecimento do ataque e notificou as autoridades competentes. A JBS garante ter feito avanços significativos na resolução do ciberataque. O chefe executivo da JBS USA, André Nogueira, disse que “os nossos sistemas estão novamente onlines e não estamos a poupar recursos no combate a esta ameaça”. Em comunicado, afirma que a produção deverá ter voltado à normalidade e garante que “a JBS USA e a Pilgrim's conseguiram enviar produtos para clientes a partir de quase todas as suas unidades”. Em causa está ainda a inflação dos preços da carne, resultante da escassez de produção que o ataque originou. A JBS controla cerca de 20% das unidades de abate a animais nos EUA. Com o ciberataque, o abate reduziu cerca de 22%, em relação à semana anterior. São várias as empresas que, nos últimos meses, têm sido alvo de ataques cibernéticos sob resgate, também conhecidos como ransomware. O ataque à JBS surge no seguimento de um outro feito à Colonial Pipeline, uma das maiores empresas da indústria petrolífera dos EUA, que levou a prolongados atrasos na distribuição de combustíveis e ao pagamento de 4,4 milhões de dólares aos piratas informáticos. Para os EUA, o rápido aumento de ciberataques revela uma questão urgente de segurança nacional. |