Opinion
A cibersegurança está na agenda das organizações. No Relatório Cibersegurança em Portugal, de dezembro de 2024 (Sociedade 2024, 6.ª Edição), é avançado que, com base em inquérito especial do Eurobarómetro (2024), sobre competências em cibersegurança nas empresas nacionais, 80% destas consideram que a cibersegurança é uma prioridade bastante alta ou muito elevada
Por Cláudia Gomes, Digital Learning Developer da VisionWare Academy . 19/05/2025
Proteger a rede e os sistemas é um objetivo das organizações para mitigar riscos e prevenir tentativas de ciberataques. E a capacitação dos colaboradores será uma prioridade? Como disposto no documento Building a Cybersecurity and Privacy Learning Program (NIST Special Publication 800 NIST SP 800-50r1), uma componente fundamental do plano de cibersegurança e privacidade da organização é um programa de aprendizagem que ajude na construção de conhecimento sobre riscos e que esclareça o papel de todos os intervenientes na identificação, resposta e gestão desses riscos. É crucial a existência deste compromisso por parte das organizações e dos colaboradores em relação à formação e aquisição de conhecimentos sobre o tema. Alguns constrangimentos são evidenciados por parte das organizações, nomeadamente, no que tange à realidade de colaboradores com trabalho por turnos, colaboradores em geografias distintas, a necessidade de suspender a atividade quando se ministra a ação de formação, ou mesmo, o orçamento anual disponível para a realização de formação corporativa. Neste sentido, para formação que vise a sensibilização ao tema da cibersegurança ou reciclagem de aprendizagens, a formação a distância, mais concretamente em regime de e-learning, com comunicação assíncrona, num sistema de gestão de aprendizagem (LMS, em inglês) é uma alternativa eficaz e, expecta-se, eficiente. As vantagens são amplas. A flexibilidade é dos elementos mais mencionados neste tipo de regime. Os conteúdos ficam disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana. Para o caso de organizações com colaboradores em diferentes geografias, com escalas de trabalho rotativas ou por turnos, esta flexibilidade ganha maior relevância, podendo mesmo ser a alternativa viável para a implementação de um plano formativo. Ainda nesta linha, este regime favorece a economia do tempo, nomeadamente, ao nível de deslocações, intervalos programados e atrasos circunstanciais. O formando é autónomo na gestão do seu tempo e tem a possibilidade de iniciar e continuar a formação, ao seu ritmo, sem interrupções que possam acontecer por conta de outrem. Um dos aspetos inegáveis que este regime estabelece é a consistência dos conteúdos, que são disponibilizados e partilhados uniformemente por todos os colaboradores. Há a certeza de que todos os participantes têm acesso à mesma informação, o que não é possível garantir noutras modalidades de formação. O custo da formação neste regime é outra característica. Ainda que exista investimento em ferramentas de autor e num LMS, um curso em e-learning é escalável. Os objetos de aprendizagem, desenvolvidos em ferramenta que permita a exportação em formato SCORM (Sharable Content Object Reference Model), podem ser reutilizados e são compatíveis com vários LMS. O curso pode ser acedido múltiplas vezes e por diversos formandos. Com a evolução dos riscos e das ameaças, os conteúdos são rapidamente atualizados e disponibilizados, permitindo, ainda, às organizações, que novos colaboradores tenham acesso imediato ao plano formativo implementado e disponível no LMS. A capacitação dos colaboradores nos temas da cibersegurança e da segurança da informação continua a ser um dos investimentos mais relevantes dentro da organização. A formação a distância, em regime de e-learning, demonstra potencial estratégico, podendo ser a chave para alcançar e reforçar conhecimentos, preparando os colaboradores para respostas assertivas frente aos desafios da era digital. |