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Dados biométricos: um paradoxo da era digital

Nos últimos anos, assistimos a uma massificação da utilização da biometria como forma de autenticação, mas esta pode não ser a solução mais segura para os utilizadores

29/12/2019

Dados biométricos: um paradoxo da era digital

Numa era digital, proteger os nossos dados e informações confidenciais é um verdadeiro desafio. Com cada vez mais dispositivos e plataformas conectadas, a necessidade de uma proteção mais eficiente é essencial.

A impressão digital, o rosto e a voz são alguns exemplos de traços únicos de cada indivíduo que funcionam como meios de autenticação para conceder acesso a sistemas, dispositivos ou dados e que potenciam uma melhoria da segurança.

É necessário um cuidado redobrado com a implementação de sistemas de autenticação biométrica de modo a evitar a violação da privacidade e a exposição inadequada de informação confidencial dos utilizadores.

A utilização generalizada de dados biométricos implica que sejam armazenados em diferentes bases de dados. Ao contrário das palavras-passe, se os dados biométricos forem comprometidos, eles perdem-se definitivamente e não podem ser recuperados como quando se perde a palavra-passe.

Uma análise recente das ciberameaças aos sistemas utilizados para processar e armazenar dados biométricos mostra várias ameaças que tentaram infetar os sistemas de IT (incluído trojan de acesso remoto, ransomware, trojan bancário, etc).

A Kaspersky associou-se recentemente ao designer de acessórios 3D, Benjamin Waye, e à agência criativa Archetype para criar uma peça de joalharia única: um anel com um padrão de impressões digitais artificiais que pode ser utlizado para autenticação.

O anel não é apenas uma peça bonita: foi desenhado com o objetivo de ajudar a resolver um problema bastante importante nas nossas vidas. Ajuda a preservar a nossa singularidade, num mundo onde tudo pode ser copiado”, refere Benjamin Waye, o designer responsável por desenhar este anel.

O grande benefício deste anel é que tendo uma impressão artificial, esta pode ser alterada e reajustada e, caso haja uma fuga de informação, o anel fornece um novo padrão artificial – e os dados pessoais e únicos de cada individuo ficarão em segurança.

Marco Preuss, Diretor da Equipa Europeia de Investigação e Análise Global da Kaspersky, é da opinião que esta pode não ser a melhor solução e explica que “embora o anel seja uma das formas possíveis de fazer face aos problemas de cibersegurança atuais relacionados com biometria, ele não é uma solução mágica. A solução real consistiria em criar normas e tecnologias capazes de garantir a proteção da identidade única de cada pessoa. Esta solução ainda não foi desenvolvida e, para ser sincero, a situação atual à volta da segurança biométrica não está onde deveria estar. Contudo, com a crescente adoção destas tecnologias, é muito importante começarmos a falar com os setores certos para desenvolvermos uma abordagem colaborativa que garanta a proteção destes dados”.


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