Apoio ocidental à Ucrânia contra ciberataques russos diminui

O apoio ocidental à Ucrânia contra ciberataques russos está a diminuir, levantando preocupações crescentes sobre a eficácia a longo prazo destes esforços, segundo um relatório recente. Esta assistência internacional tem desempenhado um papel vital na defesa da Ucrânia contra as ofensivas cibernéticas russas.

Desde o início da guerra, o governo dos Estados Unidos da América, aliados europeus e empresas do setor privado prestaram apoio cibernético crítico à Ucrânia, permitindo a Kiev combater ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS), proteger infraestruturas cloud e remover intrusões russas das suas redes.

Ao longo dos últimos dois anos, o governo norte-americano entregou mais de 82 milhões de dólares em assistência cibernética à Ucrânia. O Mecanismo de Tallin angariou mais de 200 milhões de euros para reforçar a capacidade de ciberdefesa não militar do país, enquanto a IT Coalition prometeu, em fevereiro, ajudar a Ucrânia a proteger a sua infraestrutura crítica de IT.

As crescentes divisões políticas em Washington e as mudanças nas prioridades globais levantam preocupações quanto à continuidade do apoio prestado à Ucrânia. As contribuições do setor privado, embora ainda presentes, diminuíram à medida que a guerra se prolonga para além do inicialmente previsto.

As principais organizações envolvidas na prestação de ajuda cibernética à Ucrânia enfrentam também desafios significativos. Por exemplo, instituições ucranianas enviam frequentemente pedidos de assistência sobrepostos ou contraditórios a diferentes doadores, dificultando a coordenação dos apoios. As mudanças frequentes de liderança dentro dessas instituições têm atrasado ainda mais os esforços, levando alguns doadores a hesitar em comprometer recursos a longo prazo.

Outro desafio fundamental prende-se com a dificuldade em avaliar a eficácia da ajuda prestada. Diversas empresas do setor privado mostram-se relutantes em divulgar detalhes, devido a preocupações de segurança, obrigações contratuais e receio de exposição pública. Por outro lado, os beneficiários ucranianos muitas vezes não dispõem dos recursos necessários para fornecer feedback sobre o impacto do apoio recebido, o que dificulta a avaliação do seu sucesso.