Threats
Várias contas de email de jornalistas do Washington Post foram alvo de um ciberataque, alegadamente conduzido por um ator estatal. A publicação norte-americana iniciou uma investigação interna ao incidente
19/06/2025
As contas da Microsoft de um número limitado de jornalistas do Washington Post foram comprometidas num ciberataque que terá origem estatal, segundo informações avançadas pelo The Wall Street Journal. A intrusão foi detetada na noite de quinta-feira, dia 12 de junho e, no domingo, 15 de junho, os funcionários foram informados através de um memorando interno. O documento, assinado pelo editor executivo Matt Murray, referia uma “possível intrusão não autorizada direcionada em seu sistema de e-mail”. Até ao momento, a publicação não partilhou publicamente qualquer detalhe técnico sobre a violação de segurança. Fontes citadas pelo The Wall Street Journal adiantam que os jornalistas visados escrevem sobre segurança nacional, política económica e temas relacionados com a China — um padrão consistente com campanhas anteriores atribuídas a grupos patrocinados por Estados. A exploração de vulnerabilidades no Microsoft Exchange tem sido uma táctica recorrente em ataques associados a APT (ameaças persistentes avançadas). Cibercriminosos chineses foram, no passado, responsabilizados por comprometer endpoints inseguros do Exchange para aceder a dados sensíveis de agências governamentais em vários países. Em 2021, a empresa de cibersegurança ESET identificou vários grupos de ameaça com origem chinesa — incluindo APT27, Bronze Butler e Calypso — a explorar falhas de zero day neste sistema. A própria Microsoft alertou no ano passado para a exploração de uma vulnerabilidade crítica que permitia ataques de retransmissão NTLM. O Washington Post, propriedade de Jeff Bezos, permanece em silêncio quanto à origem e ao alcance exato do ataque. A investigação interna prossegue. |