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“O grande desafio da rede SIRESP é fazer a transição para o 5G até ao final desta década”

Diretor Técnico da SIRESP desde agosto de 2022, licenciado em Engenharia Electrónica, o Eng. Carlos Leitão entrou para a empresa em novembro de 2006, quando esta rede era ainda um projeto de natureza privada, tendo tido a responsabilidade de desenvolver os sistemas de informação

Por Egídio Carreira . 29/03/2023

“O grande desafio da rede SIRESP é fazer a transição para o 5G até ao final desta década”

A rede SIRESP, do ponto de vista da resiliência, é uma rede na qual os portugueses e o país podem confiar?

A rede SIRESP é uma rede resiliente, uma rede com um uptime sempre elevado, uma rede na qual os portugueses podem confiar na medida em que ela tem estado sempre operacional.

A rede nunca falha ainda que por vezes tenha de caminhar por vias alternativas?

A rede SIRESP não falha, ou seja, a rede SIRESP não tem falhado nos últimos tempos, a rede mantém a sua operacionalidade, não há caminhos alternativos, existem sim dentro da rede SIRESP mecanismos que podem ser usados pelas entidades que permitem garantir que existem sempre comunicações com a melhor qualidade áudio.

17 anos depois da sua criação quais são os desafios que se colocam numa perspetiva de breve/médio prazo, há por concretizar a transição completa para o 5G, mas esse não é o único desafio?

Nesta altura, em termos deste ano, o nosso desafio é na realidade reinventar a SIRESP, aquilo que designamos por SIRESP 4.0. Isto quer dizer colocar a SIRESP nesta altura como rede com capacidade para permitir abarcar os novos desafios do 5G.

A rede SIRESP conforme foi instalada em 2006 utilizava a tecnologia existente na altura, houve necessidade de migrar para as tecnologias mais recentes, as primeiras estações ocorreram aqui na Madeira, e portanto vamos começar a utilizar tecnologia mais recente que nos permite passar no futuro para tecnologia 5G, sendo que todos esses desenvolvimentos têm uma necessidade de planeamento e execução, verificação de quais são as necessidades e tecnologias que existem no mercado, e esse trabalho de acordo com os nossos parceiros e congéneres internacionais, a Rede TETRA vai continuar a existir até ao fim da década, e como tal nós temos de começar a pensar como é que se migra, qual será o modelo de negócio que iremos utilizar, portanto, tudo isso irá ser pensado durante esta década para garantir que se migra com segurança e com fiabilidade.

Esse processo é mais um problema de soluções tecnológicas, de ver aquilo que o mercado oferece e melhor se adapta ao caso português, ou há também um problema de financiamento?

Há nesta altura questões tecnológicas que têm de ser resolvidas, e por isso não existe ainda nenhuma rede de dimensão critica a funcionar em 5G. A partir do momento em que as redes existam, todas as soluções e funcionalidades da rede de dimensão crítica necessitam, porque as redes de sinergia não foram criadas para missão critica, portanto há necessidade de adaptá-las e torna-las mais resilientes para a missão crítica, a partir do momento em que isso aconteça, que a tecnologia esteja disponível para nós começarmos a fazer testes totais, esses testes irão começar a ser executados. Em termos de financiamento é um tema que não se coloca, temos o financiamento que nos permite trabalhar e estudar essas soluções.

Do ponto de vista da segurança, Portugal está em linha com os seus mais directos parceiros em termos europeus?

Posso lhe dizer que nós estamos até um pouco mais avançados. Nós temos e utilizamos a mesma tecnologia que os outros parceiros internacionais, utiliza-se um ou outro fornecedor, mas utilizamos a mesma tecnologia, e portanto aí estamos ao nível deles, digo que estaremos mais porque somos nesta altura a única rede que tem redundância através de canais satélite, e que os outros congéneres europeus não têm, ou seja, utilizam simplesmente um canal de comunicações. A rede SIRESP é uma das redes mais resilientes em termos de missão crítica na Europa. 

Quando ouvimos críticas de que as comunicações falham em situações de crise, isso não corresponde à verdade ?

As comunicações não falham, a rede SIRESP é uma rede com canais de chamada que permitem às entidades efetuarem as suas comunicações. A rede não falha, é necessário que na realidade que exista um melhor conhecimento de algumas funcionalidades da rede que permita ultrapassar alguns constrangimentos. Recentemente, no ano passado, houve notícias de que a rede falhou; a rede não falhou, esteve sempre operacional, e permitiu aos utilizadores efetuar comunicações, mesmo nas situações de maior pico de tráfego com um atraso que aconteceu no máximo de sete segundos, portanto não se pode dizer que a rede falhou, esteve sempre a trabalhar e mesmo em situações de muito tráfego o atraso foi muito pequeno.

A rede tem então um elevado padrão de operacionalidade?

A rede SIRESP tem um elevadíssimo padrão de operacionalidade superior, podemos dizer que houve alturas em que a rede SIRESP foi a única rede de comunicações que esteve disponível.

Respondeu bem aquilo que é uma das funções vitais do Estado, ou seja, comunicações em tempo de emergência?

A rede SIRESP está feita para isso, inclusive a rede SIRESP tem sido utilizada em situações em que as outras redes falham, a rede SIRESP tem sido a rede utilizada para garantir que existam comunicações entre outras entidades no País. No ano passado aconteceu no mínimo por duas vezes em que a rede SIRESP continuou com a sua operacionalidade independentemente do teatro de operações, a rede manteve-se a trabalhar como acontece 365 dias por ano.

 

A IT Security é Media Partner do SIRESP Bootcamp Madeira 2023


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