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Relatório revela que 10% dos colaboradores representam 73% do ciber-risco nas empresas

Estudo da Living Security revela que a maioria do risco humano está concentrada numa minoria, e que programas estratégicos são 60% mais rápidos a resolver o problema do que a formação tradicional

15/08/2025

Relatório revela que 10% dos colaboradores representam 73% do ciber-risco nas empresas

Uma pequena fração dos colaboradores, apenas 10%, é responsável por 73% dos comportamentos de ciber-risco numa organização. A conclusão, que confirma uma realidade há muito suspeita, mas raramente comprovada, consta do relatório State of Human Cyber Risk Report 2024, um estudo independente conduzido pelo Cyentia Institute para a Living Security.

Baseado em dados comportamentais de mais de cem empresas e centenas de milhões de eventos, o estudo oferece uma visão sobre onde o risco realmente reside na força de trabalho e como as organizações mais avançadas o estão a mitigar.

As equipas de segurança sempre souberam que o fator humano desempenha um papel crítico, mas não tinham a visibilidade necessária para agir”, refere Ashley Rose, CEO e cofundadora da Living Security. “Até agora, a maioria dos insights baseava-se em provas anedóticas ou indicadores limitados, como cliques em phishing. Este relatório muda isso ao fornecer dados concretos”.

O estudo revela que, além da concentração do risco numa minoria, a visibilidade desses comportamentos é alarmantemente baixa. Organizações que dependem exclusivamente da formação de sensibilização para a segurança (SAT) tradicional têm visibilidade sobre apenas 12% dos riscos, um valor cinco vezes inferior ao de programas de gestão de risco mais desenvolvidos.

Contrariando a perceção comum, o relatório apurou que os trabalhadores remotos e a tempo parcial apresentam menos comportamentos de risco do que os que trabalham em regime presencial.

Ao contrário de relatórios focados em ameaças externas, este centra-se nos comportamentos de risco internos e em como podem ser transformados através de intervenções eficazes e personalizadas. O documento lança um apelo aos líderes de cibersegurança para que, perante orçamentos limitados, vão além da simples sensibilização e priorizem a visibilidade comportamental, as ações direcionadas e os resultados mensuráveis.

A cibersegurança já não se trata apenas de tecnologia, mas sim de comportamento”, conclui Rose. “Se não compreendermos quem são os nossos utilizadores com maior risco, porque correm riscos e como ajudá-los a melhorar, continuaremos a perseguir os sintomas em vez de resolver a raiz do problema”.


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