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“Estamos na linha da frente na ajuda à identificação de problemas, de ameaças”

A Redshift levou a cabo um conjunto de decisões para reestruturar a empresa de forma a responder da melhor forma aos desafios colocados pelo próprio mercado e a garantir uma capacidade de respostas aos clientes

Por Marta Quaresma Ferreira . 13/04/2023

“Estamos na linha da frente na ajuda à identificação de problemas, de ameaças”

A Redshift nasceu em 2010 e apresenta-se ao público como um conjunto de empresas com um leque de serviços e soluções de mercado com foco em infraestruturas tecnológicas, transformação digital, desenvolvimento, cibersegurança e governance.

O negócio apresenta hoje uma dimensão dez vezes maior do que aquela que tinha em 2016. Com 110 colaboradores, na sua grande maioria técnicos, e escritórios em Lisboa, Porto, Beja, Angra do Heroísmo e Madrid, a organização duplicou o seu volume de faturação desde 2020.

João Manso, CEO da Redshift, revela à IT Security que a atual realidade foi conseguida através “de um grande esforço para crescer no mercado nacional, mas também investindo na internacionalização”. Prova disso são os clientes da organização espalhados por cinco continentes.

 

“O escrutínio sobre o cumprimento destes e dos mais básicos princípios de cibersegurança tem sido muito pouco ou inexistente, muito por causa da dimensão do problema, da falta de investimento financeiro e da grande falta de pessoal e formação nas entidades responsáveis pela monitorização e fiscalização”

A empresa tem à sua disposição equipas especializadas em investigação e desenvolvimento, information management, governance, risk e compliance, cloud, data center, networking e cibersegurança. A exigência dos clientes ao nível da qualidade e da rapidez e custos tem levado a organização a optar por escolher e manter as melhores soluções do mercado, ainda que esta atitude implique também a subida dos níveis de qualidade na hora de escolher colaboradores e parceiros. “Os clientes têm sido obrigados a redefinir estratégias pelas dificuldades de contratação de pessoal e do custo da tecnologia, impondo cada vez mais lógicas de racionalização da utilização da tecnologia e de contratação de serviços que não só utilizem como explorem a tecnologia ao seu máximo potencial.

Este tem sido, efetivamente, o nosso fator de sucesso e reconhecimento, pelo esforço e dedicação do nosso pessoal, ao encontrar e integrar a tecnologia que os clientes já detêm, reduzindo esforço e melhorando a rentabilidade de investimento”, explica João Manso.

Ciberataques sem fim à vista

2022 veio pôr a descoberto as falhas de segurança das organizações e, sobretudo, a falta face a prevenção de ciberataques. O CEO da Redshift acredita que os episódios que ocorreram no passado ano e que implicaram desde empresas internacionais, empresas de serviços essenciais e até órgãos de comunicação social, “foram importantes para criar um sentido de urgência”. No entanto, e apesar do crescente investimento em regulação e legislação, João Manso considera que “o escrutínio sobre o cumprimento destes e dos mais básicos princípios de cibersegurança tem sido muito pouco ou inexistente, muito por causa da dimensão do problema, da falta de investimento financeiro e da grande falta de pessoal e formação nas entidades responsáveis pela monitorização e fiscalização”.

O ano que devia de ter sido de continuidade do investimento e crescimento acabou por ficar “muito além do esperado”, “deixando sistemas críticos e informação do Estado expostos a fragilidades e problemas que não se resolvem, muito por inépcia de quem devia tomar decisões”.

Caso os processos de investimento em pessoas, tecnologia e na organização não sejam acelerados, os ataques irão continuar a acontecer e tornar-se-ão piores.

Um escudo protetor

De forma a fazer frente a esta tendência, a Redshift tem tomado decisões desde 2020 que pretendem garantir uma melhor capacidade de resposta e endereçar os desafios colocados pelo próprio mercado.

“Criámos uma unidade de cloud e data center para ajudar os clientes a escolher, implementar e manter a tecnologia para sustentar a sua transformação digital; segregamos os serviços de cibersegurança da implementação de soluções para nos dedicarmos mais a serviços mais especializados como Pentesting, Análise Forense, Threat Intelligence e Threat Hunting e criamos a nossa oferta de NOC/ SOC, agora em expansão para modelos de MDR e XDR, para acelerar e melhorar a capacidade de resposta a incidentes”, avança João Manso. Todas estas soluções são suportadas numa unidade de governance, risk e compliance, que tem permitido fazer a ponte para o problema da definição de políticas e processos que culminem na correta utilização da tecnologia e da aplicação de serviços em cada organização.

Algumas das principais valências da empresa passam hoje pela ajuda na identificação de problemas, de ameaças, no mapeamento de risco, na redução do impacto e no aumento da resiliência dos clientes

Um raio-x ao mercado da cibersegurança

João Manso defende que existe “cada vez mais tecnologia necessária para a cada vez maior transformação digital”, uma tecnologia que nos deixa a todos mais expostos e vulneráveis e que alarga a nossa superfície de ataque quando a tecnologia é “mal escolhida e, ainda mais, mal implementada”.

O CEO destaca dois problemas no atual mercado nacional de cibersegurança: o facto de as empresas de capital português serem cada vez menos e, trabalhando numa ótica mais “para fora”, retiram capacidade e qualidade ao que é disponibilizado no mercado nacional; e o problema de confiança, que leva as entidades governamentais a pagarem milhões a empresas internacionais ao invés de investirem no mercado nacional.

“Com isto tudo e associado a níveis de investimento diminutos, estratégias críticas, mas apenas de longo prazo, continuamos com níveis de maturidade, preparação e resiliência muito abaixo da média dos nossos parceiros da UE e muito mais ainda da NATO”, destaca João Manso, que lamenta a falta de reconhecimento de produtos e serviços nacionais por parte do Estado “como sendo um investimento essencial”.

Como solução, o CEO acredita que é necessário passar a modelos de ação e implementação mais adequados à realidade que vivemos, ao mesmo tempo que continuamos a “acreditar na nossa capacidade e talento”. 


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