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Maslow, crescimento e cibersegurança

Muito tem sido escrito sobre crescimento, não apenas na lógica literal, mas num conceito mais metafísico de elevação a crescimento humano, crescimento das organizações, crescimento da sociedade

29/07/2022

Maslow, crescimento e cibersegurança

O que me agrada nestas discussões é a noção de desenvolvimento progressivo e contínuo que o crescimento exige até atingirmos o que pretendemos – se é que alguma vez o fazemos. Das teorias que mais gosto sobre crescimento é a Hierarquia das Necessidades de Maslow, que descreve sob a forma de uma pirâmide com cinco níveis, as necessidades básicas humanas que precisamos de cumprir para crescer e atingir uma realização plena. Na base estão as necessidades mais básicas e primitivas que, tal como se fosse uma gamification da vida, têm que ser supridas primeiro, antes de conseguirmos conceber necessidades mais complexas. A ideia é evoluirmos nível a nível, até atingirmos o último patamar – o de sermos o máximo que conseguimos ser. Facilmente conseguimos relacionar-nos com o facto de, logo após as necessidades fisiológicas básicas, se seguir a necessidade de segurança. Sentirmo-nos seguros é uma necessidade básica humana que precisamos de cumprir para conseguirmos crescer. O engraçado é pensarmos nesta teoria aplicada a conceitos mais latos – como uma organização ou a sociedade em si – e apercebermo-nos que as motivações e os níveis que temos que cumprir são, naturalmente, os mesmos para que uma organização ou sociedade consiga atingir o máximo que consegue ser.

Coloca-se então a questão: porque é que tem sido tão difícil para nós, organizações e sociedade em geral, o reconhecimento da importância (mais ainda: da necessidade) de nos sentirmos seguros no mundo digital para conseguirmos crescer? Ou talvez, sendo mais justo, já comece a existir essa noção, mas não a estamos a conseguir executar?

A verdade é que a transição digital ocorreu num espaço de tempo muito curto quando comparada com a evolução do Homem, o que tem tornado a adaptação a esta nova realidade digital um verdadeiro desafio. Se olharmos para os nossos primórdios, garantidamente terá sido com o tempo e com (más) experiências que houve a necessidade de ter recursos humanos, ferramentas e conhecimento para conseguir criar e utilizar eficientemente abrigos, muralhas e armas para se protegerem de ameaças da Natureza, de predadores ou de tribos rivais. Sair para ir caçar – suprir as necessidades mais básicas – e regressar a uma vila saqueada ou, sem querer, encaminhar uma tribo rival à nossa vila, poderá ter despoletado a ideia de que para podermos crescer, primeiro temos de garantir a nossa segurança. Talvez tenha sido aí que nos apercebemos que eventualmente precisávamos de regras de engagement nas nossas tribos, de códigos só partilhados entre nós, de abrigos mais robustos, de proteção face ao mundo exterior, de cuidado nesse mundo exterior, e tudo o resto que motivou o nosso desenvolvimento progressivo e contínuo até hoje.

Atualmente já não saímos para caçar literalmente. Mas a generalidade das organizações têm as suas equipas de vendas ou de field no terreno em mobilidade constante. A generalidade da sua força de trabalho, fá-lo, de forma remota, em vilas espalhadas pelo mundo. Têm as suas vantagens competitivas escondidas nas suas vilas e, sem querer, abrir a porta a uma tribo rival pode pôr em causa a sua sobrevivência, literalmente.

Temos hoje ao nosso dispor recursos tecnológicos incríveis que nos possibilitam criar estratégias holísticas de cibersegurança, com o desenho e arquitetura de soluções completas. Também temos acesso a serviços de segurança que apoiam as organizações a ganhar competências na gestão de plataformas, e que garantem a existência e execução de processos reativos de deteção e resposta a incidentes, e de processos proativos de gestão de todas as camadas de segurança que incluem a gestão de vulnerabilidades e compliance.

Não existem sistemas perfeitos e existirá sempre a possibilidade/risco de haver ataques, intrusões ou, pelo menos, tentativas. A questão é o quão preparados estamos para os prevenir e para reagir nessas circunstâncias, numa ótica de desenvolvimento progressivo e contínuo.

Mas, talvez, acima de tudo a questão deva ser: pode uma organização crescer nesta realidade digital, ser o máximo que consegue ser, sem cumprir o patamar de Maslow da necessidade de se sentir segura?

 

Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Warpcom


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