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CNCS e Governo lançam campanha para “o bom uso do ciberespaço”

Secretário de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa e o Centro Nacional de Cibersegurança apresentaram a campanha “#LerAntesClicarDepois” que procura senbilizar a população “para os cuidados de cibersegurança básicos”

Por Rui Damião . 16/05/2023

CNCS e Governo lançam campanha para “o bom uso do ciberespaço”

A Secretaria de Estado da Digitalização e Modernização Administrativa e o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) apresentaram esta terça-feira, no Teatro Thalia, em Lisboa, uma campanha nacional sobre Internet segura – “#LerAntesClicarDepois” – com o objetivo de reforçar “informação sobre o bom uso do ciberespaço” junto das organizações e das pessoas.

Com o aumento do número de ciberincidentes e de cibercrime, assim como a utilização cada vez mais generalizada das tecnologias digitais, torna-se “premente a sensibilização constante da população para os cuidados de cibersegurança básicos que qualquer pessoa deve aplicar”.

Esta campanha “pedagógica e multiplataforma” é composta por uma brochura informativa, cartões com mensagens de alerta e por um kit de vídeos curtos, em formato de animação, que tratam temas variados.

Isabel Baptista, Coordenadora do Departamento de Desenvolvimento e Inovação do Centro Nacional de Cibersegurança, explicou que a campanha “#LerAntesClicarDepois” começa no dia 17 de maio como uma necessidade de sensibilização da população. “O que pretendemos é ter um movimento pedagógico” em cibersegurança junto dos cidadãos portugueses, disse Isabel Baptista.

Tendo em conta que o número de incidentes tem vindo a aumentar, e apesar de existirem várias organizações no país que realizam ações semelhante, as campanhas de sensibilização em cibersegurança através dos meios de comunicação social de massas têm sido pouco frequentes, em comparação com outros meios como as redes sociais. A importância crescente deste tema e o aumento constante do número de ciberincidentes “justificam uma ação deste tipo”, referiu a coordenadora do departamento de desenvolvimento e inovação.

O CNCS pretende “ter um alcance maior através de iniciativas como a campanha ‘#LerAntesClicarDepois’, reforçando o peso das ações com maior alcance, para lá da comunidade mais próxima que se mantém atenta a estas matérias”, indicou.

Para além da divulgação massiva nas redes sociais, a iniciativa conta, também, com a parceria da RTP, do Centro Internet Segura, das universidades, dos municípios, das empresas e dos organizamos da administração pública para chegar ao maior número de pessoas, independentemente do seu nível de literacia digital.

Programas de sensibilização são “a melhor forma de educar as pessoas

Durante a apresentação, Lino Santos, Coordenador do Centro Nacional de cibersegurança, referiu que “apesar das soluções técnicas mais eficazes”, o CNCS continua a observar “que mais de metade dos incidentes que tratamos têm como ponto comum o fator humano”. “Quanto melhor estiverem instruídos os funcionários [das organizações], melhor estamos preparados para enfrentar as ciberameaças”, acrescenta o coordenador do CNCS.

Marco Lourenço, Coordenador da Área de Inovação e Investigação da ENISA, tomou o palco para fazer uma apresentação sobre “a importância das campanhas de sensibilização sobre segurança cibernética e o ECSM como melhor prática”.

Marco Lourenço refere que as campanhas de sensibilização são necessárias por razões como o facto de os indivíduos e profissionais vivem num mundo conectado, de surgirem novas ameaças e de os cibercriminosos utilizam técnicas sofisticadas de engenharia social para burlar as defesas.

Ao mesmo tempo, as organizações não podem confiar apenas nas suas defesas tecnológicas para estarem seguras, até porque basta um colaborador carregar numa ligação maliciosa para colocar a organização em risco. Assim, “os programas abrangentes de sensibilização sobre segurança cibernética são a melhor forma de educar as pessoas e estabelecer uma cultura de segurança em primeiro lugar”.

Referindo-se ao Mês Europeu da Cibersegurança, iniciativa promovida pela ENISA, Marco Lourenço indicou que não se pode falar de cibersegurança apenas durante 31 dias. Assim, a ENISA terá campanhas durante todo o ano, com picos em outubro, para sensibilizar os cidadãos dos Estados-Membros sobre a temática da cibersegurança.

A encerrar a apresentação desta campanha, Mário Campolargo, Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, lembrou que a maioria das pessoas ouviu, quando era pequeno, que devia olhar para ambos os lados da estrada antes de a atravessar, assim como vários ditados populares onde o cuidado numa determinada situação é a mensagem principal.

O mundo é um lugar cheio de perigos que não desprezamos, mas que não nos podem impedir de viver a nossa vida naturalmente, com os devidos cuidados”, afirmou. “O digital é cada vez mais parte das nossas vidas: está na economia, no trabalho e na nossa relação com os outros”, diz, acrescentando que o mundo digital “é um mundo de oportunidades”, mas que, à semelhança do mundo físico, tem vários perigos.

A denúncia de cibercrimes em Portugal tem vindo a crescer exponencialmente. Ao mesmo tempo, a desinformação é uma arma de manipulação “da opinião coletiva, causando danos à credibilidade das pessoas, mas, também, das organizações”.

Muitas vezes, pensamos que a cibersegurança apenas diz respeito às grandes organizações; não é verdade. Tem de ser todos, chegar a todas as casas”, asseverou Mário Campolargo, que acrescentou que é esse o objetivo da campanha “#LerAntesClicarDepois” junto dos cidadãos com “mais ou menos literacia digital”.


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