Threats

Falta de talento em cibersegurança custa milhões às empresas

De acordo com o relatório da Fortinet, a inteligência artificial é vista como uma ajuda às empresas que têm de lidar com a ausência de pessoas especializadas em cibersegurança

01/11/2025

Falta de talento em cibersegurança custa milhões às empresas

A Fortinet divulgou o seu “2025 Global Cybersecurity Skills Gap Report”, um estudo que expõe a crescente e persistente lacuna de profissionais qualificados no setor, alertando para os riscos financeiros e operacionais que daí advêm. Com um défice global estimado em mais de 4,7 milhões de profissionais qualificados, o relatório aponta para um aumento significativo no volume e custo das violações.

O relatório traça uma ligação direta entre a falta de talentos disponíveis e o aumento da vulnerabilidade empresarial já que 86% das organizações relatam que sofreram pelo menos um ataque em 2024, com 28% a relatar cinco ou mais incidentes. Estes números representam um aumento face aos 80% e 19% registados em 2021, respetivamente. Mais de metade dos inquiridos (54%) aponta a falta de competências e formação em segurança de IT como uma das principais causas das violações.

Pouco mais de metade das organizações (52%) afirma que os ciberataques custaram mais de um milhão de dólares em 2024, um aumento considerável em comparação com os 38% registados em 2021.

Em comunicado, Carl Windsor, CISO da Fortinet, afirma que “o relatório deste ano reforça a necessidade urgente de investir em talento de cibersegurança. Sem colmatar a lacuna de competências, as organizações continuarão a enfrentar taxas crescentes de ameaças e custos cada vez mais elevados”.

A Inteligência Artificial (IA) é vista como um fator de alívio para a escassez de profissionais, mas a sua adoção não está isenta de riscos, em particular devido à falta de conhecimento especializado. De acordo com o relatório da Fortinet, 97% das organizações já está a usar ou planeia implementar soluções de cibersegurança com recurso a IA, com a deteção e prevenção de ameaças como áreas prioritárias. Já 87% dos profissionais de cibersegurança esperam que a IA melhore as suas funções, oferecendo eficiência.

Apesar dos benefícios, quase metade (48%) dos decisores de IT aponta a falta de pessoal com conhecimentos suficientes em IA como o maior desafio para uma implementação bem-sucedida. O facto de 76% das organizações que sofreram nove ou mais ataques em 2024 terem ferramentas de IA implementadas sugere que a tecnologia, por si só, não é suficiente sem os conhecimentos adequados.

O foco na cibersegurança aumentou ao nível dos conselhos de administração (76%) e a cibersegurança é vista como uma prioridade de negócio por 96% e financeira por 95% das organizações. Contudo, subsiste uma lacuna de literacia: menos de metade (49%) dos inquiridos considera que os seus conselhos compreendem plenamente os riscos associados à IA.

No que toca à requalificação e preenchimento da lacuna, as certificações continuam a ser altamente valorizadas, com 89% dos decisores de IT a preferirem candidatos que as possuam. As certificações validam conhecimentos (67%), demonstram a capacidade de atualização (61%) e indicam familiaridade com as ferramentas dos fornecedores (56%). No entanto, o apoio financeiro para as obter diminuiu, com apenas 73% das empresas a afirmarem estar dispostas a pagar pelas certificações dos seus funcionários, face aos 89% em 2023.

O relatório conclui que colmatar a lacuna de competências disponível nas organizações é essencial para a resiliência empresarial, exigindo uma abordagem coordenada assente em três pilares: sensibilização e educação, expansão do acesso a formação e certificação e adoção de tecnologias de segurança avançadas.


NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT SECURITY Nº26 OUTUBRO 2025

IT SECURITY Nº26 OUTUBRO 2025

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.