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As intervenções de Pablo Llano, Channel Manager da Nymiz, e de Rodrigo Portieri, Channel Manager da OpenText, permitiram refletir sobre os desafios atuais impostos pela regulamentação europeia e pelas ameaças cibernéticas, enquanto deram a conhecer ferramentas concretas que podem ajudar as empresas a proteger os seus ativos digitais e a garantir a conformidade legal
30/05/2025
Em representação da Zaltor, distribuidora oficial em Portugal de soluções tecnológicas, decorreram duas apresentações dedicadas à proteção e segurança da informação no contexto empresarial e digital. O evento contou com a participação de dois especialistas internacionais, Pablo Llano, Channel Manager da Nymiz, e Rodrigo Portieri, Channel Manager da OpenText, que apresentaram perspetivas complementares sobre anonimização de dados e segurança digital. Nymiz: “O que percebemos é que precisamos de nos proteger, precisamos de nos adaptar às diferentes regiões”Pablo Llano subiu a palco para apresentar a solução inovadora da Nymiz na área de proteção de dados. Durante a sua intervenção destacou os desafios enfrentados pelas empresas ao lidar com as normas europeias de proteção de dados e a importância de proteger e trabalhar com dados de forma segura. Conformidade, proteção e eficiência: os três pilares“O que percebemos é que precisamos de nos proteger, precisamos de nos adaptar às diferentes regiões dentro da União Europeia”, começou Pablo Llano. “Mas também temos de ser capazes de compreender toda a informação que estamos a proteger”. Além da conformidade legal, o orador salientou o impacto económico da má gestão de dados. “Perdemos dinheiro com a imprensa, com imagens, com custos de recuperação. Precisamos de proteger a informação para sermos capazes de trabalhar com ela”, alertou. Inteligência Artificial ao serviço da anonimização de dadosA resposta da Nymiz a este desafio é uma plataforma tecnológica baseada em Inteligência Artificial (IA) e processamento de linguagem natural. Segundo Pablo Llano, esta solução consegue identificar dados pessoais em qualquer ambiente digital e aplicar técnicas de anonimização adaptadas ao contexto. “Criámos uma plataforma que deteta dados pessoais e os substitui, utilizando desde a simples inserção de asteriscos até à criação de dados sintéticos”, explicou. Uma das grandes mais valias da solução está presente na capacidade de manter o contexto da informação fornecida, mesmo após a substituição dos dados sensíveis. “Pablo seria a Pessoa 1. Assim, sei que estou a lidar com um nome específico, mesmo que nunca mais veja esse nome real. Posso rastrear toda a informação associada a essa identidade anonimizando-a com consistência”. Versatilidade e escalabilidade em diferentes formatos e idiomasA plataforma foi concebida para lidar com cenários de grande complexidade de volume. “Podemos aplicar esta solução a documento com cinco mil páginas, mantendo a mesma codificação ao longo de todo o conteúdo”, assegurou. Além disso, a tecnologia da Nymiz é compatível com diversos tipos de formatos, desde PDF, passando por QR Codes, códigos de barras e mesmo em documentos manuscritos, “porque trabalhamos com imagens”. A plataforma ainda consegue anonimizar dados em documentos ou bases de dados que possam conter até 102 línguas diferentes. OpenText: “Os vossos emails com informações acessíveis a qualquer atacante podem ser facilmente comprometidos”Rodrigo Portieri, Channel Manager da OpenText para o sul da Europa, subiu a palco para partilhar uma mensagem clara e urgente: “94% dos ciberataques começam com email”. O tema da sua apresentação, “Segurança Empresarial na Era Digital: Arquivo de Email”, destacou um problema que existe nesta era digital: as vulnerabilidades críticas nas comunicações digitais das empresas e a necessidade imperativa de adotar soluções de arquivo de email. A fragilidade do email como porta de entrada de ataquesSegundo o orador, os riscos são vários e imediatos: “Os vossos emails com informações acessíveis a qualquer atacante podem ser facilmente comprometidos. Independentemente da solução de segurança que tenham, essa é uma grande realidade”. Rodrigo Portieri destacou ainda os perigos legais associados à má gestão de emails, dando um exemplo de ex-funcionários que processam empresas e beneficiem da falta de provas devidamente arquivadas. Outro ponto central da apresentação foi a conformidade com o RGPD. “Quando um ransomware chega à vossa empresa e encripta o email, vocês têm 72 horas para resolver. Mas a vida continua: os emails continuam a chegar e a sair. É preciso continuar a trabalhar”. MailStore: uma resposta prática e robustaPara isso, o orador apresentou a ferramenta MailStore, uma ferramenta de arquivamento de emails desenvolvida pela OpenText. Portieri apresentou as suas quatro versões, destacando a versão gratuita para uso pessoal e as opções corporativas, capazes de garantir continuidade de negócio, conformidade legal e agilidade no acesso à informação. “Em vez de levar três dias para recuperar um email de três anos, com o MailStore é possível fazer isso em três segundos”, explicou, demonstrando a integração com o Outlook e a facilidade de uso por parte de todos, sem necessidade da intervenção da equipa de IT. Como exemplo prático, o orador partilhou o caso de uma agência reguladora de saúde francesa, com mais de mil empregados por sucursal, que implementou o MailStore durante a pandemia para gerir milhões de resultados de testes de COVID-19. “Eles precisavam de algo auditável, que estivesse em conformidade com a RGPD, RIPA e HDS”. A sessão encerrou com um convite à ação, feito por ambos os oradores, para que as empresas comecem a investir na segurança e privacidade da sua informação. Num contexto cada vez mais regulado e exposto a riscos digitais, as soluções apresentadas demonstraram não só ser tecnicamente eficazes, mas também economicamente estratégicas. |