Aliados da NATO apoiam criação de centro cooperativo para combater ataques

Os delegados da NATO reuniram-se na primeira edição da Cyber Defence Conference, que decorreu na cidade de Berlim. O evento assinala a crescente aceitação entre os aliados de que são necessários novos métodos para enfrentar os ciberataques para além da resiliência.

Aliados como a Alemanha, a anfitriã da conferência este ano, e o Reino Unido, o anfitrião do próximo ano, disseram que apoiavam a criação de um “NATO Cyber Centre” (Centro Cibernético da NATO), durante os discursos de abertura e o painel de discussão.

A missão concreta deste órgão não ficou clara, particularmente se este existiria para desenvolver as competências cibernéticas entre aliados, para criar uma consciência partilhada sobre aquilo que está a acontecer no ciberespaço, ou se seria um comando de nível tático para operações combinadas.

“O nosso compromisso com a prevenção exige que sejamos capazes de nos defendermos ativamente no ciberespaço, se necessário”, afirmou Annalena Baerbock, Ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, no seu keynote de abertura.

Baerbock citou a nova Estratégia de Segurança Nacional do país, considerando que esta prevê a criação de uma entidade dedicada a operações cibernéticas ofensivas. No entanto, a estratégia ressalva que a Alemanha “rejeita fundamentalmente a ideia de usar hack-backs como meio de defesa cibernética”.

No seu discurso durante a conferência, Jens Stoltenberg, Secretário-Geral da NATO, referiu que “a NATO está perfeitamente posicionada para partilhar informações, difundir a inovação e coordenar a nossa defesa coletiva no ciberespaço”.

A conferência de Berlim foi agendada entre a cimeira da NATO, na Lituânia, que aconteceu no início deste ano, e a cimeira do próximo ano, que ocorrerá nos Estados Unidos. De acordo com o Recorded Future News, as negociações sobre a natureza do Centro Cibernético da NATO deverão ser finalizadas até à cimeira de Washington, D.C., no mês de julho.

A cimeira anual, que decorrerá nos Estados Unidos pela primeira vez desde 2012, será realizada com base nos resultados da cimeira de Vilnius, quando os aliados concordaram com novos compromissos de cibersegurança. A substância destes compromissos, porém, não foi detalhada e os próprios documentos são classificados.  

O texto oficial do comunicado da Cimeira de Vilnius reafirmou a posição do Conceito Estratégico da aliança (2022) de que “o ciberespaço é contestado em todos os momentos”, não se tratando apenas de uma preocupação para a NATO durante o contexto de um conflito internacional.

“Estamos determinados a empregar toda a gama de capacidades para dissuadir, defender e combater todo o espectro de ameaças cibernéticas, inclusive a considerar respostas coletivas”, disse o comunicado.