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Ucrânia reivindica ciberataques durante eleições russas com interrupções em serviços digitais

A agência de inteligência militar da Ucrânia afirma ter atacado sistemas eleitorais russos em regiões ocupadas, o que provocou falhas temporárias nos serviços de votação eletrónica. Moscovo reconhece as interrupções nos serviços, mas afirma que a votação decorreu normalmente

16/09/2025

Ucrânia reivindica ciberataques durante eleições russas com interrupções em serviços digitais

A Ucrânia reivindicou um ciberataque contra sistemas eleitorais e portais governamentais russos durante a votação regional e local do passado fim de semana, que provocou interrupções temporárias nos serviços digitais essenciais. Kiev afirma que a ação visou eleições realizadas em territórios ucranianos ocupados, consideradas ilegais pela Ucrânia e pelos seus aliados ocidentais.

Segundo a HUR, agência de inteligência militar ucraniana, os ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS) tiveram como alvo os servidores da Comissão Eleitoral Central (CEC), o sistema de votação eletrónica da Rússia, o portal de serviços estatais Gosuslugi e os routers da operadora estatal Rostelecom. Este tipo de ataque sobrecarrega os servidores com tráfego, tornando-os temporariamente indisponíveis.

Um porta-voz da HUR afirmou que o objetivo era “interromper a votação online, particularmente nas regiões ucranianas ocupadas”, e acrescentou que muitos cidadãos russos ficaram impossibilitados de votar eletronicamente durante os picos de tráfego.

Do lado russo, a chefe da CEC, Ella Pamfilova, confirmou que o site esteve intermitentemente indisponível desde o início da votação na sexta-feira, mas assegurou que o processo eleitoral não foi afetado. O vice-ministro do Desenvolvimento Digital, Oleg Kachanov, reportou uma “degradação do tráfego de curto prazo” nos serviços digitais e afirmou que a plataforma de votação remota funcionou conforme planeado.

O presidente da Rostelecom, Mikhail Oseevsky, explicou que os routers que suportam o site da CEC entraram em sobrecarga e precisaram de ser reiniciados, provocando interrupções nos horários de maior utilização, mas que os problemas já foram resolvidos. Pamfilova acrescentou que mais de 500 mil ataques foram registados durante os três dias de votação.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia denunciou as eleições nos territórios ocupados como ilegais e apelou aos aliados para não reconhecerem os resultados. A União Europeia também reiterou a sua posição e afirmou que não reconhece estas eleições nem os seus resultados, considerando a votação uma “outra violação do direito internacional”.

As eleições realizadas nas regiões ocupadas da Ucrânia foram alvo de críticas internacionais desde o início, com Kiev e os seus aliados a alertar que qualquer resultado careceria de legitimidade. Analistas de cibersegurança salientam que os ciberataques DDoS contra infraestruturas eleitorais aumentam em contextos geopolíticos e evidenciam a vulnerabilidade dos sistemas digitais em processos críticos, como a votação eletrónica.


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