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Chester Wisniewski, Director Global Field CISO da Sophos, subiu ao palco da IT Security Conference com a apresentação “Superior Outcomes Without Increasing Cost: Enhancing Defenses with MDR” onde destacou o papel do MDR para a redução do tempo entre a deteção de vulnerabilidades e as respostas aos incidentes
27/10/2025
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O palco da IT Security Conference recebeu mais uma vez Chester Wisnieski, Director Global Field CISO da Sophos, com a apresentação “Superior Outcomes Without Increscing Costs: Enhancing Defenses with MDR”. O orador começou por sublinhar o quanto o panorama da cibersegurança evoluiu desde a última vez que participou na conferência, afirmando que “quando estava a preparar a apresentação, fiquei surpreendido com o quanto mudou em apenas dois anos”. Atualmente integrado na equipa global de CISO da Sophos, o orador explicou que o seu objetivo vai além da venda dos produtos da empresa, centrando-se na colaboração e na partilha de conhecimento. Chester Wisnieski destacou que queria falar “mais como parceiro do que como alguém que quer vender algo”, acrescentando que o seu papel é “ajudar a defender uma das maiores empresas de segurança do mundo contra ameaças”. A importância do fator humanoUm dos produtos centrais da sua intervenção foi a necessidade de olhar para a defesa das organizações de forma mais humana e menos técnica. O Director Golbal Field CISO sublinhou que “precisamos de pensar no aspeto humano da defesa das nossas redes, em vez de estarmos apenas focados na tecnologia, nos produtos e nas funções”. A equipa de Field CISO da Sophos é responsável por transformar a investigação interna da empresa em práticas reais de proteção, tanto no ambiente interno como para clientes e parceiros. “Usamos a informação que recolhemos para proteger-nos a nós próprios e também para partilhar o que aprendemos com o mercado”, salientou. Gerir risco, não apenas vulnerabilidadesDurante a sua apresentação, Chester Wisniewski reforçou a importância de encarar a cibersegurança como uma questão de gestão de risco, e não como um desafio puramente técnico. De acordo com o especialista, “o que realmente tentamos fazer é gerir o risco, não apenas responder a vulnerabilidades”. Através do serviço de Managed Detection and Response (MDR), a Sophos protege mais de 35 mil empresas em todo o mundo, recolhendo uma quantidade massiva de dados em tempo real. O orador revelou que a Sophos ingere “cerca de 223 terabytes de dados de telemetria todos os dias”, o que permite à empresa detetar cerca de 34 milhões de vulnerabilidades. Reduzir o tempo de deteção e respostaO executivo destacou que o principal objetivo de qualquer equipa de segurança deve ser reduzir o tempo entre a deteção e a resposta a ciberataques. “Cada minuto depois do início de um incidente representa dinheiro a ser gasto. O custo aumenta a cada minuto que passa”, alertou. Segundo o orador, a Sophos lida internamente com cerca de cem incidentes de cibersegurança por mês, a maioria de baixa gravidade, mas alguns com potencial impacto significativo, incluindo ataques de phishing direcionados a executivos. “Até nós, que trabalhamos em segurança, somos alvo de phishing. A questão não é se vai acontecer, mas quão rapidamente conseguimos detetar e reagir”, comentou. Ao adotar o próprio serviço MDR internamente, a Sophos conseguiu reduzir drasticamente o tempo médio de resolução de incidentes. O orador explicou que o SOC interno da Sophos “levava cerca de três horas e meia para resolver um incidente. Com o MDR, passámos para apenas 38 minutos”. Para Chester Wisniewski, essa diferença “é crucial, especialmente quando temos de cumprir prazos legais, como as 72 horas exigidas pelo RGPD para notificação de incidentes”. A força da exposição e da aprendizagem contínuaO Director Global Field CISO salientou que o contacto constante com diferentes tipos de ameaças permite à equipa de MDR agir de forma mais rápida e eficaz do que um SOC tradicional. “O nosso MDR vê padrões repetidos de grupos de ransomware como LockBit, Black Basta ou Royal”, explicou. “Quando reconhecemos a assinatura de um destes atores, conseguimos antecipar o próximo passo e bloqueá-los antes de avançarem”. Segundo o especialista, essa “memória muscular” adquirida com a experiência prática em múltiplos ambientes é o que faz a diferença no tempo de resposta e na eficácia da defesa. Defesa em profundidade, mas também humanaO especialista defendeu que o conceito clássico de “defesa em profundidade” deve ser repensado. “Durante décadas, falámos de defesa em profundidade em termos de firewalls, endpoints e camadas tecnológicas”, observou. “Mas precisamos de olhar também para a defesa em profundidade das pessoas, como reagimos, como comunicamos e como trabalhamos em equipa”. Para o responsável da Sophos, a eficácia da defesa depende tanto da tecnologia como da coordenação entre equipas internas. “É preciso envolver as equipas de comunicação, os departamentos legais, os executivos e o conselho de administração”, afirmou. “Todos têm de compreender o risco e o papel que desempenham”. O poder da colaboraçãoChester Wisniewski concluiu a sua intrevenção com um apelo à cooperação e à humildade no setor da cibersegurança. “Muitas vezes vemos sinais de que um cliente vai ser vítima de ransomware antes de o ataque acontecer”, contou. “Quando os alertamos, alguns dizem que ‘têm tudo sob controlo’. Mas se já conseguimos ver o padrão, é porque o ataque está a acontecer”. Para o especialista, o trabalho conjunto é essencial: “É nesse momento que precisamos de nos unir, chamar os especialistas e agir como uma equipa — porque só assim conseguimos fazer melhor, juntos”. |