ITS Conf
A rápida adoção da inteligência artificial está a expandir a superfície de risco das empresas e a exigir mecanismos de segurança capazes de acompanhar a velocidade com que os dados são criados, explica Rui Fernandes, Sales Engineer da Varonis, na quarta edição da IT Security Conference
06/11/2025
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No palco das Technical Tracks, Rui Fernandes alerta que a criação de informação sintética e sensível exige novos mecanismos de controlo, já que “os dados são dinâmicos e as medidas de segurança têm de acompanhar”. O Sales Engineer da Varonis destaca também que vulnerabilidades como Prompt Injection e Jailbreaking estão entre os vetores mais críticos, por poderem permitir “que um insider ou um atacante remoto aceda a informação sem permissões, contornando as defesas das plataformas”. O caso da McDonald’s, com “exfiltração dos dados usados para treino, não porque conseguiram aceder ao Azure, mas porque ganharam credenciais de um dono de uma loja”, mostra a fragilidade das integrações. “Cerca de 90% das organizações têm dados expostos e, por conseguinte, estão expostos à inteligência artificial”, diz, o que aumenta o risco de perda de propriedade intelectual e data poisoning. “As pessoas querem usar inteligência artificial e quando não a têm, vão buscar alternativas”, o que cria risco de fugas de dados e incumprimento do RGPD. Daí a ascensão da Shadow AI, “essencialmente de dois tipos, o unsanctioned e o unmonitored”, que resulta do uso de ferramentas não controladas. Perante este cenário, defende uma abordagem data-centric, com “capacidade de monitorizar os prompts, as respostas e as integrações” e um modelo de “least privilege permanente” que reduza o chamado AI Blast Radius. A metodologia apresentada baseia-se nos princípios Find, Fix e Alert, com remediação automática. Rui Fernandes afirma que a resposta ao novo cenário de risco depende da automatização contínua, capaz de acompanhar a velocidade com que os dados e as integrações evoluem. “É através da automação que nós, em dez dias, conseguimos fazer a correção de todo o risco da organização”, explica, acrescentando que esse é o ponto de partida para usar a inteligência artificial “com segurança”. |