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A organização europeia destacou as ações que desmantelaram o botnet Emotet, o trojan Shield/Greenlight e a utilização ilegal de comunicações encriptadas
26/12/2021
A Europol, que, entre centenas de operações, tem vindo a apoiar o combate ao cibercrime na Europa, através do Centro Europeu da Cibercriminalidade (EC3), fez uma revisão de 2021. O EC3 tem dado um contributo significativo para a luta contra o cibercrime desde a sua fundação na Europol em 2013 e visa reforçar a resposta da aplicação da lei ao cibercrime na UE e ajudar a proteger os cidadãos, as empresas e os governos europeus da criminalidade. Num primeiro plano, a ação do EC3 foi notória no apoiou a autoridades policiais e judiciais em todo o mundo na captura de um dos botnets mais impactantes da última década, o Emotet. Para combater o botnet, as autoridades policiais ganharam controlo da infraestrutura e encerraram-na do interior, uma “abordagem nova e única” para intercetar este tipo de cibercrime. Também o Centro Europeu da Criminalidade Grave e Organizada da Europol, tem sido, também, um apoio na sua luta contra redes criminosas internacionais envolvidas em droga, armas e explosivos, propriedade e crime ambiental. O Centro apoiou algumas das principais operações da Europol em 2021, que visaram bloquear a utilização ilegal de comunicações encriptadas. Neste âmbito, a Europol destacou a Operação Trojan Shield/Greenlight. A operação, de ampla cooperação estratégica internacional, envolveu uma empresa de dispositivos encriptados fictícia ANOM, que cresceu para servir mais de 12 mil dispositivos encriptados e mais de 300 sindicatos criminais que operavam em mais de cem países. Como resultado da operação, o FBI e 16 países participantes, apoiados pela Europol e pela DEA, conseguiram explorar a informação dos 27 milhões de mensagens obtidas, o que resultou em 800 detenções e na apreensão de drogas ilegais, armas de fogo e mais de 48 milhões de dólares em vários tipos de moedas e criptomoedas a nível global. O Centro apoio, ainda, investigadores na Bélgica, França e Holanda no fim do uso de comunicações encriptadas Sky ECC por cibergrupos em larga escala. Ao desbloquear, com sucesso, a encriptação da Sky ECC, as informações adquiridas forneceram detalhes sobre atividades criminosas em vários Estados-membros da UE, e não só, que têm ajudado a alargar as investigações e a resolver a criminalidade organizada grave e além-fronteiras. Além disso, é de ressalvar a importância do Serious and Organised Crime Threat Assessment (SOCTA), nota a Europol, uma ferramenta de análise detalhada da ameaça de crime grave e organizado que a UE enfrenta. O relatório SOCTA, desenvolvida pelo Centro Operacional e de Análise da Europol, é um documento orientado para o futuro, que avalia as mudanças no cenário do crime sério e organizado, fornecendo informações para os praticantes, decisores e o público em geral. O relatório de 2021 constatou que cerca de 40% das redes criminosas ativas na UE estão envolvidas no comércio de drogas ilegais e que cerca de 60% utilizam a violência como parte das suas empresas criminosas. Entre os principais destaques, a organização relembra, também, o apoio à Guarda Civil espanhola no desmantelamento de uma rede criminosa que traficava cocaína, levando à prisão de 29 pessoas, e o apoiou à polícia finlandesa no desmantelamento de uma célula de extrema direita na Finlândia, com um total de cinco detenções. |