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Juíza ordena que arguidos no caso da botnet Glupteba paguem despesas legais da Google

O processo judicial começou há um ano, quando a Google avançou com um processo judicial contra dois indivíduos russos alegadamente responsáveis pelo botnet Glupteba

13/12/2022

Juíza ordena que arguidos no caso da botnet Glupteba paguem despesas legais da Google

Há um ano, a Google avançou com um processo judicial contra dois indivíduos russos alegadamente responsáveis pelo Glupteba, um dos botnets mais antigos e proeminentes. Inicialmente, os arguidos seguiram uma estratégia de contra processar a Google por interferirem no seu negócio, ofereceram-se mais tarde para desmantelar a botnet em troca de pagamento da big tech. Agora, e perante a negociação, a juíza ordenou que os arguidos e o advogado nos EUA pagassem as despesas legais da Google. 

Um dos homens nomeados no caso é o russo Dmitry Starovikov, fundador do AWMProxy, serviço proxy de malware totalmente dependente do rootkit Glupteba, indica a KrebsOnSecurity. O Glupteba arrenda sistemas infetados como proxies, direcionando o tráfego de terceiros através dos dispositivos infetados para disfarçar a origem do tráfego.

A Google avançou com um processo contra o homem russo e outros 15 arguidos anónimos. Com o objetivo de não avançar com o caso para medidas mais drásticas, a tecnológica acabou por retirar o seu pedido de indemnização, procurando apenas travar as operações da botnet. Os arguidos, que trabalhavam para uma empresa russa chamada Valtron – também nomeada no processo – disseram estar interessados em chegar a um acordo e que poderiam ajudar a Google encerrando as atividades da botnet. 

Os arguidos insistiram que não estavam envolvidos em atividade criminosa e que qualquer alegada atividade em que estavam envolvidos era legítima”, disse a juíza norte-americana, Denise Cote. “No entanto, resistiram a uma providência cautelar permanente, afirmando que o uso da providência cautelar por parte da Google tinha perturbado as suas operações comerciais normais”.

Enquanto os arguidos diziam que tinham a capacidade de desmantelar a botnet, o advogado dos arguidos, Igor Litvak, acabou por dizer ao tribunal que os clientes tinham sido despedidos da Valtron no final de 2021, não tendo acesso ao portáteis de trabalho ou à botnet.

Já em setembro, o advogado anunciou que os clientes estavam dispostos a discutir uma acordo. “As partes realizaram uma chamada no dia 8 de setembro, na qual Litvak explicou que os arguidos estariam dispostos a fornecer à Google as chaves privadas para endereços Bitcoin associados ao botnet Glupteba, e que prometeriam não se envolver na sua alegada atividade criminosa no futuro (sem qualquer admissão de irregularidades)”, disse a juíza. 

Em troca, a Google não denunciaria os arguidos às autoridades, e fariam “um pagamento de um milhão de dólares por arguido, mais 110 mil dólares em taxas de advogados”, prosseguiu a juíza. “Os arguidos afirmaram que, embora não tenham atualmente acesso às chaves privadas, a Valtron estaria disposta a fornecer-lhes as chaves se o caso fosse resolvido. Os arguidos também afirmaram que acreditam que estas chaves ajudariam o Google a encerrar a botnet Glupteba”.

A Google rejeitou a proposta, classificando-a como extorsão e reportou os arguidos às autoridades. A juíza considerou que também o advogado Igor Litvak era cúmplice dos esforços de induzir o tribunal em erro e condenou-o a juntar-se aos arguidos no pagamento de taxas legais da Google. “É agora claro que os arguidos compareceram neste Tribunal não para proceder em boa-fé e para se defenderem das alegações da Google, mas com a intenção de abusar do sistema judicial e das regras para obter um lucro da Google”, escreveu a juíza.

O advogado ripostou. Em declarações ao KrebsOnSecurity afirmou que “a juíza estava completamente errada em emitir sanções”. “Desde o início do caso, ela agiu como se precisasse de proteger o Google de alguma coisa. Se o tribunal não decidir anular as sanções, teremos de ir ao Second Circuit (Court of Appeals) e fazer a justiça lá”.


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