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Reino Unido e Nova Zelândia acusam China de ataques a entidades governamentais

A Nova Zelândia atribuiu os ataques às suas entidades parlamentares a cibercriminosos patrocinados pelo Estado chinês na sequência de uma denúncia semelhante do Reino Unido

28/03/2024

Reino Unido e Nova Zelândia acusam China de ataques a entidades governamentais

Após o Reino Unido ter denunciado a atividade maliciosa de cibercriminosos da China que visou os emails parlamentares e a Comissão Eleitoral do país, a Nova Zelândia revela que também atribuiu os ciberataques ao seu parlamento a atores de ameaças patrocinados pelo Estado chinês.

Recentemente, os Estados Unidos aplicaram novas sanções a dois cibercriminosos chineses e a uma empresa tecnológica sediada na China que serve de fachada para operações cibernéticas maliciosas. No mesmo dia, o Reino Unido sancionou as mesmas entidades pela invasão aos seus próprios sistemas.

A empresa de tecnologia designa-se Wuhan Xiaoruizhi Science and Technology Company Limited e opera em nome do Ministério de Segurança do Estado chinês, de acordo com o Reino Unido. A organização está associada ao grupo de cibercriminosos APT31 – também conhecido como Judgment Panda, Red Keres, Violet Typhoon e Zirconium –, que é acusado de conduzir operações de ciberespionagem patrocinadas pelo Estado chinês.

O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) do Reino Unido afirma que “os sistemas da Comissão Eleitoral do Reino Unido foram altamente provavelmente comprometidos por uma entidade afiliada ao Estado chinês entre 2021 e 2022”, considerando que “é quase certo que o APT31, afiliado ao Estado da China, conduziu atividades de reconhecimento contra parlamentares do Reino Unido durante uma campanha separada em 2021”.

Ainda que nenhuma conta parlamentar tenha sido efetivamente comprometida, “é altamente provável que os atores da ameaça tenham acedido e exfiltrado dados de e-mail e dados do Registo Eleitoral”, acredita o CNCS do Reino Unido.

Neste contexto, o Reino Unido impôs sanções não só à empresa Wuhan XRZ, como também a Zhao Guangzong e Ni Gaobin, dois indivíduos que acredita ser membros pertencentes ao grupo APT31.

A Embaixada da China em Londres rejeitou as acusações do Reino Unido, considerando que são “completamente infundados e constituem calúnia maliciosa”. Num comunicado, a Embaixada afirmou que “o Reino Unido acusou falsamente a China de tentar interferir na democracia do Reino Unido. Instamos fortemente o Reino Unido a parar imediatamente de espalhar informações falsas sobre a China”.

Ao anunciar o seu apoio ao Reino Unido no que diz respeito à condenação das operações cibernéticas da China, a Nova Zelândia adianta que descobriu ligações entre cibercriminosos chineses e ataques contra entidades parlamentares.

O CNCS da Nova Zelândia “concluiu uma avaliação técnica robusta na sequência de um compromisso entre o Gabinete do Conselho Parlamentar e o Serviço Parlamentar em 2021, e atribuiu esta atividade a um grupo patrocinado pelo Estado da RPC [República Popular da China] conhecido como APT40”, informa Judith Collins, a ministra responsável pelo Gabinete de Segurança das Comunicações Governamentais.

Judith Collins acrescenta ainda que, “felizmente, neste caso, o CNCS trabalhou com as organizações afetadas para conter a atividade e remover o ator logo após estes conseguirem aceder à rede”.

Após a denúncia do Reino Unido, também a Austrália expressou preocupação sobre as atividades maliciosas em nome do Estado chinês; no entanto, deixou claro que os seus próprios sistemas eleitorais “não foram comprometidos pelas campanhas cibernéticas dirigidas ao Reino Unido”.


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