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A Inteligência Artificial (IA) é motor de inovação, mas também uma arma para atacantes. os ai-powered cyberattacks elevam o risco e desafiam a resiliência das empresas.
08/10/2025
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A IA tornou-se um dos pilares centrais da transformação digital. Da produtividade à previsão de negócio, passando pela automação, a sua adoção é vista como motor de competitividade e inovação. Mas, como em todas as grandes revoluções tecnológicas, existe um lado sombrio: os atacantes também perceberam rapidamente o potencial da IA ao serviço do cibercrime. Hoje, assistimos ao surgimento de uma nova geração de ataques — os chamados AI-powered cyberattacks — que elevam o nível de sofisticação e representam um desafio sem precedentes para profissionais de cibersegurança. Para as empresas, a questão deixou de ser apenas tecnológica: a cibersegurança é hoje indissociável da continuidade e sobrevivência das organizações. A Inteligência Artificial ao serviço do cibercrimeOs ataques potenciados por IA distinguem-se pela sua capacidade de serem mais rápidos, adaptativos, dissimulados e difíceis de detetar. Algoritmos avançados permitem criar campanhas de emails fraudulentos altamente personalizadas, reduzindo a eficácia das defesas tradicionais. Outra vertente é o malware evasivo: software malicioso que se adapta ao ambiente de IT das empresas para escapar a antivírus e a soluções de segurança. A proliferação de deepfakes é também um vetor em crescimento. Ao combinar engenharia social com conteúdos falsificados, mas aparentando elevada credibilidade, os hackers conseguem manipular vítimas para partilhar credenciais ou autorizar transferências financeiras, por exemplo. Além disso, a IA permite automatizar a exploração de vulnerabilidades e o mapeamento de sistemas de informação de uma qualquer empresa, ampliando a superfície de ataque e reduzindo a margem de reação. Impacto nas organizaçõesPara as empresas, a ameaça não é apenas tecnológica — é também estratégica e reputacional. Um ataque pode provocar danos financeiros diretos, danos na imagem/marca das empresas, sujeitar a pagamento de coimas no âmbito da NIS2 e até levar à responsabilização pessoal de executivos, além de abalar a confiança de clientes e parceiros. Não se trata apenas de grandes organizações. Embora setores como a banca, saúde, telecomunicações, energia, transportes, distribuição de água e administração pública estejam especialmente expostos pela criticidade dos serviços que prestam e pelo valor dos dados que gerem, todas as organizações enfrentam riscos relevantes. O tema da proteção de dados e da segurança da informação está, por isso, no centro do debate. Imagine-se um hospital confrontado com ransomware potenciado por IA, capaz de contornar backups e atingir de forma dirigida dispositivos médicos. A falta de proteção adequada à sofisticação do ataque traduz-se em risco financeiro, operacional e humano. Outro fator relevante é a velocidade com que estes ataques evoluem. Um modelo de IA pode aprender com cada tentativa falhada e ajustar-se automaticamente, tornando-se progressivamente mais eficaz. A resposta defensiva: IA contra IAA boa notícia é que a IA também está a ser usada na defesa. As soluções de cibersegurança mais avançadas recorrem a modelos inteligentes para apoiar a avaliação de risco, monitorizar comportamentos, detetar e responder de forma automática e mais atempada. Ferramentas de deteção comportamental e análise preditiva permitem identificar padrões suspeitos mesmo quando não existem assinaturas conhecidas, reduzindo a exposição a novas ciberameaças. Em paralelo, a automação de resposta oferece às equipas a possibilidade de isolar máquinas e redes comprometidas ou bloquear rapidamente comunicações suspeitas. Mas tecnologia não chega: a gestão de risco continua a ser determinante. Conhecer os ativos críticos e os dados fulcrais a preservar, avaliar vulnerabilidades e aplicar controlos adequados periódicos, são passos inadiáveis. Governação e resiliênciaNa União Europeia, a ENISA e o recente AI Act têm definido diretrizes específicas para segurança em sistemas de IA, ajudando as organizações a gerir riscos. Paralelamente, discute-se a necessidade de enquadramentos normativos ainda mais robustos para acompanhar a rápida evolução tecnológica. Para os CISO (Chief Information Security Officer), a governação da IA é uma prioridade dupla: proteger os sistemas internos das empresas e, em paralelo, garantir que os próprios modelos utilizados não se tornam vulnerabilidades. Neste cenário, a cibersegurança ativa e a resiliência organizacional passam a ser palavras-chave, exigindo a combinação de soluções de segurança com processos claros, equipas treinadas e uma cultura de cibersegurança disseminada a todos os níveis em cada empresa. Sensibilização: um pilar essencialMesmo os ataques mais sofisticados acabam quase sempre por explorar a vulnerabilidade humana. A IA amplifica o poder da engenharia social, implicando o reforço da necessidade de programas de sensibilização mais eficazes e continuados no tempo. Colaboradores capazes de identificar emails fraudulentos, desconfiar de chamadas inesperadas de vishing, validar e reconfirmar pedidos de transações financeiras, confirmar identidades por canais alternativos, ou reportar comportamentos anómalos continuam a ser a primeira linha de defesa. 3 exemplos de ataques potenciados por IA
ConclusãoOs AI-powered cyberattacks não são uma previsão futurista — são uma realidade. A sofisticação e a velocidade que a IA traz ao cibercrime obrigam as organizações a repensar estratégias, investir em soluções de cibersegurança e cultivar uma cultura de segurança da informação. O Mês Europeu da Cibersegurança, em outubro, sublinha a urgência de agir. Porque se a IA está a transformar a dinâmica dos negócios, também está a redefinir as ameaças no ciberespaço. Só uma abordagem proativa, equilibrando inovação com proteção abrangente, permitirá às empresas enfrentar este novo paradigma com confiança. Neste cenário, contar com parceiros especializados é cada vez mais determinante. O MEO Empresas tem vindo a investir de forma consistente em plataformas, competências técnicas e serviços avançados de cibersegurança combinados com IA, disponibilizando soluções ajustadas à dimensão e ao setor de cada organização. Ao apoiar as empresas na proteção de redes, sistemas e dados críticos, contribui não apenas para a redução do risco, mas também para o reforço da resiliência digital, fator essencial para sustentar a competitividade num ambiente de ameaças em constante evolução.
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