S.Labs

Digital Forensics and Incident Response: Uma jogada que não acaba no golo

Uso muitas vezes analogias com o futebol para falar de cibersegurança. Um bom exemplo encontra-se quando comparamos a cibersegurança defensiva com guarda-redes e os cibercriminosos com avançados - aos primeiros bastará uma falha para serem culpados nas derrotas, aos avançados basta um golo para serem os heróis nas vitórias!

Por Miguel Barreiros, Sales & Marketing Director da Securnet . 13/10/2025

Digital Forensics and Incident Response: Uma jogada que não acaba no golo

Existe ainda a perigosa ilusão de que basta investir em prevenção para estar protegido - firewalls e antivírus de última geração, autenticação forte e todo um manancial de defesas essenciais como se de um muro intransponível se tratasse. O problema é simples: os atacantes só precisam de acertar uma vez, as organizações precisam de acertar sempre e por “muito bom que seja o guarda-redes” ninguém tem uma taxa de sucesso de 100%, nem tão pouco existem barreiras intransponíveis. Acreditar na invulnerabilidade das organizações é acreditar na infalibilidade das pessoas, uma convicção que muda no dia em que são notícia pelos piores motivos.

É aqui que surge e que se impõe como fundamental o Digital Forensics and Incident Response (DFIR). Não como um “plano B” ou uma “remediação”, como quase sempre é interpretado, mas como peça central da ciberdefesa moderna. Como alguém disse, o DFIR “não é sobre apagar fogos, mas sim garantir que a próxima faísca não se transforma num novo incêndio”. Se não juntarmos resposta imediata (também fundamental no controlo de danos) com investigação profunda, cada ataque será apenas mais um na estatística, em vez de uma oportunidade para reforçar a resiliência. Retomada por ousadia a linguagem futebolística, o ciclo de uma jogada não acaba quando a bola transpõe a linha de golo…

Há muito que se deixou de equacionar a ocorrência de um ciberincidente, mas tão somente “quando” e sobretudo “como” lhe vamos reagir. O verdadeiro diferenciador não está apenas em evitar ataques, porque algum dia não será possível, mas em responder com eficácia, em aprender com eles. O DFIR representa a maturidade da ciberdefesa:

  • por um lado, a (análise) forense digital, na maior parte das vezes vista como uma tarefa apenas com interesse jurídico, pode e deve servir para compreender o rasto do atacante. Como entrou, que técnicas usou e que falhas explorou? Permite transformar desastres (a evitar) em importantes lições, enquanto coleta evidências para, numa Era de “regulamentos”, serem apresentadas a que de direito e, principalmente, provarem a existência de medidas adequadas, algo tão crítico, em determinados contextos, quanto a própria contenção do ataque.

  • Do outro, a resposta a incidentes - verdadeira linha da frente, tem uma urgência diferente - exige rapidez, método e disciplina para conter danos e devolver a organização à normalidade. Quando dados são encriptados e informação  sensível começa a circular na Dark Web, ou a organização tem playbooks preparados, equipas treinadas e uma cultura de continuidade de negócio ou entra em pânico e aumenta ainda mais o caos.

Estas dimensões formam em conjunto um profícuo ciclo contínuo: reagir, compreender e evoluir. Contudo, os desafios são reais: a falta crónica de especialistas, a complexidade crescente e a pressão regulatória no mesmo sentido. Mas ignorá-los não os torna menos urgentes. DFIR mais que um custo, é um seguro contra catástrofes que não as evita, mas garante um futuro, quiçá mais fortalecido depois da sua ocorrência. Aceitando que os riscos não se eliminam, mas que cada incidente será uma oportunidade para os mitigar e minimizar.

Ainda assim, mesmo que a tecnologia seja fantástica (e pode ser), ainda que automatismos sejam fundamentais (e são), ainda que Inteligência Artificial já seja um must have (e é), o que terá de existir, para além disso? Diria que humanos que coordenem, decidam, recuperem o negócio e, de forma cada vez mais consistentemente necessária, comuniquem!

Lembre-se ( AI dixit ) que “tempo é impacto, evidência é valor e resiliência é estratégia“.

É precisamente por isso que a SECURNET tem vindo a desenvolver o DFIR como um serviço especializado, capaz de responder em 24/7 e trazendo a inteligência prática de outros incidentes e investigações, beneficiando de automação, inteligência artificial e diversas fontes de inteligência de ameaças, com equipas fortes, bem preparadas e multidisciplinares, recorrendo sempre que necessário às variadas unidades internas de SOC + NOC ( com suporte e operação ) + Engenharia ( de sistemas + de redes + de segurança ) + GRC + Consulting, para suportar os nossos clientes.

Contate-nos em info@securnet.pt, ou Tel +351 224 673 094* / +351 213 622 204*

PS: Para terminar como comecei, a análise forense digital é o VAR, a reconstituição dos incidentes será o vídeo do jogo, mais tarde visualizado e explicado à equipa para “perceber e melhorar” os erros cometidos, enquanto o planeamento e continuado treino na resposta a incidentes são o treino diário ao longo de toda a época, melhorando  desempenho, evitando golos e se possível marcando-os! Por outro lado, correndo até o risco de abusar das analogias futebolísticas e dos próprios conceitos, a equipa SECURNET propõe-se ser (toda ou em parte) a equipa técnica moderna, formada por inúmeros especialistas (de treinadores setoriais a vídeo analistas, de médicos a fisiatras e fisioterapeutas, de psicólogos a secretários-técnicos, entre muitos outros).


REVISTA DIGITAL

IT SECURITY Nº26 OUTUBRO 2025

IT SECURITY Nº26 OUTUBRO 2025

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.