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A identidade digital deixou de ser uma questão de conformidade e passou a ser um pilar estratégico das empresas. Em entrevista à IT Security, Pablo Amilibia, Portugal Sales Director da Veridas, explica como a inteligência artificial está a redefinir o combate à fraude e a confiança digital e por que razão Portugal é atualmente um mercado prioritário para a empresa
14/10/2025
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À margem do evento da Veridas, em Lisboa, sobre os principais desafios e oportunidades associados à identidade digital, Pablo Amilibia, Portugal Sales Director da empresa, afirmou à IT Security que a identidade digital deixou de ser encarada “como uma questão de compliance” para se tornar “um pilar estratégico nas estratégias de transformação digital” das organizações. “Antes, a identidade era simplesmente uma questão de regulamentação. Hoje, permite fornecer mais serviços, melhorar a experiência do cliente e incrementar a segurança nos canais digitais”, explica Pablo Amilibia. Para o responsável, a transformação digital completa não existe sem uma identidade digital robusta. Portugal e o desafio da identidade digitalPortugal é um mercado estratégico na expansão da Veridas, sublinha Pablo Amilibia, que identifica no país um conjunto de oportunidades relevantes. “Portugal é um mercado prioritário para nós. Há proximidade cultural, ligações empresariais com Espanha e também verificámos que estava um pouco mais atrasado na implementação de soluções de verificação de identidade digital”, afirma. A abordagem da Veridas, reforça, tem-se concentrado em grandes bancos e seguradoras, aproveitando uma janela de oportunidade para consolidar a presença no mercado. Num cenário em que a fraude digital se democratizou e a Inteligência Artificial (IA) potencia ataques sofisticados, a proteção da identidade tornou-se crítica. “A IA generativa é, sem dúvida, a maior ameaça. Qualquer pessoa com más intenções e algum tempo consegue causar muito dano. A chave está na capacidade das organizações de responder a estes ataques e preveni-los antes que aconteçam”, alerta. “Os conceitos de segurança e experiência do utilizador, historicamente, estão em confronto. Com soluções biométricas, conseguimos validar a identidade real de uma pessoa em segundos, sem fricção, oferecendo ao mesmo tempo segurança elevada”. Esta abordagem permite também reduzir custos e evitar métodos como SMS ou perguntas de segurança que podem ser facilmente comprometidos. A regulação e o futuroNuma altura em que a regulação europeia surge como aliada e não como um obstáculo, Pablo Amilibia destaca que “a Europa foi pioneira em criar um quadro claro sobre identidade digital e biometria. Até 2027, as identity wallets serão adotadas de forma generalizada. A regulamentação oferece clareza e confiança para operar com segurança”. O Portugal Sales Director da Veridas alerta para a urgência de agir, sublinhando que “o futuro é o presente. As soluções existem, os riscos também, e quanto mais preparadas estiverem as organizações, melhores serão os resultados. Os cidadãos procuram serviços digitais de qualidade, e isso cria concorrência: empresas que investem em tecnologia avançada vão fidelizar clientes e crescer”. Da autenticidade à confiança digitalNo primeiro dia de outubro, no encontro organizado pela Veridas, discutiram-se estratégias para combater a fraude, reforçar a confiança e garantir ao utilizador maior controlo sobre os seus dados. No arranque do evento, Eduardo Azanza quis contar uma história – a da Veridas, mas também a da confiança digital. O CEO da empresa espanhola partilhou uma mensagem de voz que se dizia ser de Cristiano Ronaldo e aproveitou a deixa para introduzir o tema central da sessão: a autenticidade num mundo em que já não sabemos se o que vemos é real ou não. “Essa é a realidade que estamos a enfrentar”, afirmou. Foi precisamente essa dúvida que motivou a criação da Veridas há mais de uma década. “Começámos a lutar contra a fraude no espaço físico, mas percebemos rapidamente que a verdadeira transformação digital exigia confiança – e confiança é saber quem está do outro lado do ecrã”, apontou. O caso de Rafa Nadal, cuja identidade foi falsificada, é outro exemplo que evidencia os desafios da sociedade. “A tecnologia só faz sentido quando protege, e não quando engana”, concluiu, ao reforçar a aposta ética e responsável da empresa em inteligência artificial.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Veridas |