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A Inteligência Artificial (IA) trouxe avanços extraordinários para a cibersegurança, mas também abriu caminho a novas formas de ataque digital, elevando o risco de ciberameaças potenciadas por IA.
Por Luís Correia, Business Developer Manager, Divultec . 06/10/2025
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Por isso, torna-se essencial criar estratégias que tanto empresas como cidadãos possam adotar, de forma a estarmos todos melhor preparados para esta nova realidade. Durante anos, celebrámos a IA como motor de inovação. Contudo, ela tornou-se uma faca de dois gumes. Se, por um lado, fortalece a proteção de redes e sistemas — através da deteção precoce de padrões anómalos, da resposta automatizada a incidentes ou da análise em tempo real de grandes volumes de dados —, por outro, multiplica a capacidade ofensiva dos cibercriminosos, permitindo ataques mais rápidos, personalizados e difíceis de detetar. A diferença em relação às técnicas tradicionais está na escala e sofisticação que a IA proporciona: o phishing rudimentar, antes fácil de identificar por erros ortográficos ou inconsistências, evoluiu para mensagens sem qualquer “defeito”, adaptadas ao perfil da vítima e capazes de enganar até utilizadores experientes. Em paralelo, deepfakes de voz e vídeo estão a ser usados para imitar executivos com precisão quase perfeita, originando fraudes milionárias em ataques do tipo Business Email Compromise (BEC). O problema, no entanto, não se limita à engenharia social. Já existem formas de malware inteligente, com capacidade de se infiltrar em sistemas, aprender com o ambiente, ajustar o comportamento e permanecer “invisíveis” às diversas camadas de defesa. Plataformas como WormGPT ou FraudGPT permitem a qualquer pessoa, mesmo sem conhecimentos técnicos, criar campanhas de ataque bastante sofisticadas. O impacto ultrapassa a dimensão tecnológica: é também psicológico, social e empresarial. A confiança — pilar essencial das relações digitais, profissionais e até institucionais — está a ser posta em causa. Quando já não conseguimos distinguir entre o que é humano ou artificial, legítimo ou manipulado, enfrentamos uma verdadeira mudança de paradigma. Além disso, os ataques com IA devem ser vistos como risco estratégico, com impacto direto na continuidade do negócio, na reputação da marca e na relação com clientes e parceiros. A gestão deste risco precisa de ser integrada nos sistemas de gestão corporativos, e tratada ao nível da gestão de topo (e não apenas na equipa de IT). Como reagir perante esta nova Era?Não existem respostas simples, mas há caminhos claros que devem ser considerados pelas organizações:
Os AI-Powered Cyberattacks já não pertencem ao domínio da ficção científica: são uma realidade presente e em rápida evolução. Sendo a IA uma tecnologia neutra, que tanto pode fortalecer a “defesa” como ampliar a capacidade de “ataque”, cabe-nos a nós equilibrar a balança. O desafio para governos, empresas, e cidadãos é claro: usar a mesma inteligência artificial que alimenta as ameaças para reforçar a proteção, construir resiliência e garantir a confiança no ecossistema digital.
Conteúdo co-produzido pela MediaNext e pela Divultec |